Imaginemos a seguinte situação: se, por hipótese, Boulos não passar para o segundo turno e este for disputado entre Pablo Marçal e Ricardo Nunes, qual dos dois terá o apoio da esquerda? É disso que se trata.

A emoção depositada nas discussões sobre o cenário eleitoral em São Paulo demonstra como ainda falta um longo caminho para a consolidação de uma direita ideológica no país. Hoje, as discussões não giram em torno de defender quem quer que seja, mas só de destruir o opositor

Não há dúvida absolutamente nenhuma de que o apoio de Bolsonaro a Nunes é estratégico. O que é preciso identificar é quem se beneficia dessa estratégia, se a direita, ele próprio ou o PL de Waldemar.

Em que pese ter dominado as discussões nas redes sociais, a eleição de São Paulo não é, neste momento, o fato que mais importa no país. Há revelações muito mais importantes e graves ecoando na Praça dos Três Poderes. É ali que deveria estar o foco.

Há algum tempo venho chamando a atenção para o fato de que o Direito no Brasil virou várzea. Hoje, a peculiar intimação do "X", via rede social e direcionada a quem sequer é o seu CEO, só prova o que venho dizendo. Mas nada disso importa. O imperador decidiu que seria assim e o

Às vezes fica a impressão de estarmos vivendo um tipo de distopia psicodélica, com um monte de gente se matando em discussões políticas eleitorais enquanto o país sequer tem mais uma ordem jurídica. Esses eleitos vão definir o quê? A disputa é para ver quem vai obedecer melhor

Dica para a desordem jurídica brasileira: agora, ao entrar com uma ação, não é mais necessário indicar o endereço do réu; basta colocar na qualificação o "perfil para citação e intimações nas redes sociais". Imaginem como vai facilitar as demandas do consumidor, por exemplo!

Confesso que me assusto com as análises jurídicas que agora enfatizam a nulidade da aberrante intimação da plataforma "X" via postagem nela própria. É óbvio que é nula, trata-se de mais uma excrescência jurídica, mas a questão é: quem vai declarar essa nulidade? Essas análises

Como disse, pura várzea jurídica!

Não há mais nenhuma regra ou limites. Acabou. O último que sair (se conseguir) apague a luz.

Em países nos quais a ordem jurídica entra em colapso, com a subversão dos ritos processuais para império do puro arbítrio dos investidos no Poder, reversões imediatas só podem ser alcançadas com movimentos disruptivos, sejam violentos (revoluções, intervenções militares, golpes

Vejo hoje alguns colegas tentando explicar que, se a punição é à rede social, seria ilegal e inconstitucional proibir o cidadão de usar VPN para a acessar, sobretudo sem uma ordem individualmente expedida a cada um. O raciocínio é juridicamente perfeito. Isso, aliás, é básico em

Bem-vindos à ditadura formal brasileira! Nos vemos por aí! [FR]'s

Antes de ir embora: a proibição indiscriminada ao uso de VPN é das maiores sandices já vistas. Não é questão jurídica, mas de sanidade. A ferramenta tem INÚMEROS outros usos para a proteção de conexões à Internet, sem nenhuma correlação com redes sociais. Aos que quiserem

Felipe Moura Brasil, jornalista que não permite comentários em suas postagens, no melhor estilo "a culpa é minha, ponho ela em quem eu quiser". Não, por pior que tenha sido a conduta de Bolsonaro, a culpa não é dele. Isso tudo começou com a matéria "Os Blogueiros de Crachá", de